JEAN JACQUES ROUSSEAU

02/09/2012 12:17

Jean Jacques Rousseau (1712-1778) nasceu em Genebra, no dia vinte e oito de junho. Ele teve grandes influências de Paris e da França, mas se orgulhava de sua origem genebrina e de ser um cidadão dessa cidade. Os antepassados de Rousseau eram de origem francesa. Ele tinha respeito pela França. A família de Jean Jacques era de relojoeiros. Possuíam pequena fortuna e eram pequenos burgueses. O pai de Rousseau, Isaac, era despreocupado e instável, mesmo um pouco agressivo. Foi para Constantinopla, mas sua mulher, Suzanne, pediu para que voltasse. Jean foi concebido nessa época. Sua mãe morreu uma semana após o parto. Jean tinha um irmão desaparecido que não conheceu. Se chamava François.

Suzanne, era de uma família mais importante que Isaac. Rousseau fala dela com emoção. Ela desenhava, cantava e lia. Foi de sua coleção de romances que Jean tirou a primeira parte de sua educação. Ele e o pai ficavam horas lendo depois da ceia. Depois de esgotado o acervo, forma para a biblioteca do avô, onde encontraram livros de leitura complexa. Rousseau gostou da literatura romana.

Isaac Rousseau teve um desentendimento com um capitão francês. Brigando com ele, foi preso, mas preferiu abandonar Genebra, em 1722. Isso tornou Rousseau quase órfão. Estava sendo criado por uma tia e uma empregada, além do pai. Ficou sob a tutela de um tio por parte da mãe, Bernard, que era casado com uma irmã de Isaac. Isaac tinha muitos irmãos.

Jean morou em Bossey por dois anos. Gostava da vida campestre e dos brinquedos. Ficou na casa de um pastor. Às vezes era castigado pela filha do pastor, Srta. Lambecier e sentia prazer nisso. Ela percebeu e começou a lhe tratar como menino grande. Mas em certa ocasião, Rousseau foi acusado de quebrar um pente e recebeu duro corretivo de outro. Bossey perdeu o encanto e Bernard o tirou daquela casa. Rousseau diz nas Confissões, autobiografia escrita no fim da vida, que passou dois ou três anos na casa do tio sem ocupação precisa. Relata os primeiros amores de forma fantasiosa. Com doze anos foi para Genebra. Empregaram-no como menino de recados. O tabelião dispensou-o do trabalho por inépcia. Depois foi aprendiz de gravador. Por brincadeira falsificava medalhas e presenteava os amigos. Foi descoberto e punido Tornou-se temeroso, dissimulado e ladrão de pequenas coisas,como maçãs. Durante um ano, leu todos os livros de uma loja que os alugava.

Rousseau, aos dezesseis anos , ficava com os amigos nos arredores da cidade, que tinha portões. Perdeu o toque de recolher e encontrou os portões fechados por duas vezes, sendo punido por seu mestre. Na terceira, resolveu não voltar mais. Adorou os primeiros dias de liberdade. Encontrou muitas coisas novas, ajuda e amantes.

Foi para uma cidade perto de Genebra, onde se dirige ao cura de Confignon. Jantaram e conversaram, discordando. Rousseau cedeu. O cura encaminhou-o à senhora de Warens, em Annency. Se surpreendeu com a beleza dessa mulher, que tinha vinte e oito anos. Ela era separada e recebia pensão do rei. Ajudava os viajantes e desgraçados. Rousseau foi para Turim, mas voltaria a encontrar Louise Warens.

Em Turim entrou para o asilo do espírito Santo, para tornar-se católico. Adquiriu repugnância pelo catolicismo. Saiu de lá e fez bico como gravador. Depois trabalhou escrevendo cartas para a condessa de Vercells, que estava doente. Passou três meses nessa casa, até a condessa falecer. Rousseau afirma que às vezes ele era um herói, às vezes um patife. Foi trabalhar na casa de um sobrinho da condessa, conde de La Rocque. Tomou lições de latim com um padre. Sob a influência de um amigo, aprontou várias na casa do conde e foi despedido. Partiu em viagem errante com Bâcle,o amigo. Rousseau queria reencontrar Louise, em Annency. Ele a chamava de mamãe. Ficou na casa de Louise, aos dezessete anos. Depois, tornou-se seminarista. O instrutor de Emílio foi inspirado nos vigários do seminário. Rousseau aprende música. Adora música, era uma de suas grandes paixões.

Viaja e passa por Genebra. Em Lyon, revê o pai. Em Lausanne tentou empregar-se como músico, com nome falso. Em Soleure, conheceu o embaixador da França. Viaja novamente em busca da Sra. de Warens. Volta a Lyon. Trabalha copiando música. Encontra a Sra. de Warens em Chambéry. Começou a trabalhar para o rei como secretário. Descobriu que Louise de Warens era amante de Claude Anet, camponês que trabalhava no jardim de Louise. Ela sempre gostou de botânica, e ficava envolvida com plantas e drogas. Passaram a viver como trio. Rousseau se dedica a aprender música.

A Sra. de Warens tivera como primeiro amante o sr. Tavel, professor de filosofia. Ele a tornou uma mulher liberal e sem preconceitos. Quando Anet morreu, Rousseau teve de ocupar seu lugar na casa, sem possuir as mesmas qualificações.

Rousseau lê algumas obras de Voltaire, com quem ia polemizar mais tarde e gosta muito. Em 1737 assistiu a guerra civil de Genebra, guardando depois dolorosas recordações. Continua a estudar Rameau em música. Conheceu Rameau mais tarde, como compositor. Aprende xadrez. Então adoeceu. Ele e Sra. de Warens retiram-se no campo para a convalescença- Sem suportar tomar leite, Rousseau estraga o estômago de tanto beber água. É nessa época que se considera um homem morto, e diz que começa a viver.

Começou a refletir sobre religião. Teve muita influência da Sra. de Warens nesse campo. Rousseau, com vinte e cinco anos dividiu a herança da mãe que passou a ter direito com Louise. Comprou livros e se dedicou ao estudo. Lê Leibniz, Locke, Malenbranche na filosofia. Estuda geometria, começando por Euclides. Formou um armazém de idéias dos autores, na esquematização do conhecimento adquirido. à tarde , estudava história e geografia.

Mas sua saúde piorava. Viajou para tratar do que acreditava ser uma doença no coração. No caminho viu a peça Alzire, de Voltaire, que o deixou mais doente. Teve um caso com a Sra. Larnage, que era casada. Esqueceu Louise. Quando voltou para vê-la, ela estava com outro jovem. Depois de um período, partiu para Charmettes, pois sua relação com Louise havia se tornado fria e ela se tornou apenas a "mamãe" mesmo.

Virou preceptor dos dois filhos do Sr. de Mably, em Lion, em 1740.Foi mal sucedido.Os alunos não aprendiam e ele não sabia ensinar. Pediu demissão. Elaborou um novo método de notação musical, que levou a Paris. Tinha algumas cartas de apresentação. Conhece Diderot. Consegue chegar na Academia e apresenta seu método. A academia apresenta objeções, dizendo não ser novo nem útil. Conhece Fontenelle. Diderot também era músico, além de filósofo e ficaram amigos. Diderot tinha aproximadamente a mesma idade de Rousseau. Rousseau se apaixona pela Sra. Dupon, mas não se declara. Só o faz por carta, encontrando frieza. Compõe uma ópera, mas não leva adiante o projeto. Viaja pela Europa e passa por Veneza, onde tem a idéia de escrever uma obra política. Visita o pai. Ocupa-se como professor de Thérese. Termina a ópera obtendo um sucesso moderado. Volta a Paris.

Diderot e d'Alember haviam começado o dicionário Enciclopédico, que era inspirado na Enciclopédia inglesa, e procuravam colaboradores. Rousseau redigiu toda a parte musical sem receber nada. Diderot enfrenta complicações por causa da sua Carta sobre os cegos e é preso..

Em 1749, Rousseau fica sabendo de um mote proposto pela Academia de Dyon: Se o progresso das ciências e das artes contribuiu para corromper ou aprimorar os costumes. Fica muito emocionado, tomado por idéias. Um universo se abre diante dele. Redige algumas linhas e mostra a Diderot, que o encoraja a concorrer ao prêmio.

Redige a obra e nas Confissões , fala que ela, cheia de calor e força, carece de lógica e ordem. Seu discurso ganhou o prêmio. Muito entusiasmado, se resolve a ser escritor. A obra Discurso sobre o desenvolvimento das ciências e das artes fala que as ciências e as artes foram prejudiciais ao espírito humano durante seu progresso, por serem corrompedoras. Os costumes se degeneraram com o avanço das ciências. O egocentrismo e o amor próprio substituíram a virtude. Contrapõe à sociedade ocidental, que julga estar muito afastada da pureza, o estado selvagem. Ele desenvolverá esse tema em seu próximo discurso.

Rousseau não criou os cinco filhos que teve com Thérese, com a qual acabou por casar. Se instalou em Paris e com ela. Mas foi acometido de nova crise de saúde, dessa vez um problema na bexiga. Em 1751 redige a Parábola e em 1753 Alegoria sobre a revelação. Rousseau se encontrava com a intelectualidade do Iluminismo francês na casa do Barão d'Holbach, um ateu muito rico, autor de o Sistema da natureza. Rousseau não simpatizava com ele. Era amigo também de Grimm e Condillac, que estava enfrentando problemas com o seu novo livro porque a metafísica estava fora de moda na época. Rousseau gostava de Duclos, que conhecera na casa da Sra. d'Epinay.

Por não querer ser apresentado ao rei, Rousseau fugiu. Diderot o censurou. Rousseau introduziu alguma música italiana na França. Escreve a Carta sobre a música francesa ,que causa escândalo. Para piorar, é acusado de plágio em sua ópera, O adivinho da aldeia, que lhe rendeu dinheiro por muitos anos. Em 1753 a Academia de Dijon propõe outro assunto: A origem da desigualdade entre os homens. Rousseau vai para o campo procurar os segredos da vida natural. Diderot gostou dessa obra, mas eles acabaram por se desentender. Rousseau não ganhou o prêmio.

Em Lion, Rousseau reencontra a Sra. de Warens. Estava num estado lamentável. Vai então para Genebra. A dedicatória do Discurso sobre as origens e os fundamentos da desigualdade entre os homens, feita aos cidadãos de Genebra, foi terminada em Chambéry. Simpatiza por uma casinha e passa a morar nela. A casa tinha o nome de Érmitage. Voltaire se instalara perto de Genebra. Tinha idéias para escrever as Instituições políticas, obra que não chegou a terminar. Pensava sobre qual é o melhor governo possível, que se mantém fiel a lei. Fica então isolado, rompe com o otimismo do século das luzes. Visitava de vez em quando madame d'Epinay, pela qual não sentia atração.

Voltaire escreveu um poema sobre o desastre de Lisboa, contra o otimismo. Rousseau escreveu-lhe uma carta desculpando a providência. Voltaire não respondeu na hora. Sua resposta à questão do otimismo só veio em Cândido.

Rousseau começa uma obra lírica, a Nova Heloísa. Conta a história de duas mulheres com características diferentes. Uma morena, outra loira. Uma meiga, outra viva. Vai vivendo em Érmitage e rompe com Grimm. Os amigos o abandonam.

Escreve Carta a d'Alembert sobre os espetáculos. Rompe com Diderot. Um marechal oferece-lhe moradia e ele aceita, começando Emílio e terminando Contrato Social. Desde Érmitage começara a trabalhar nessa obra.(Emílio) Pensou durante vinte anos e escreveu três. Em 1761 surgiu A paz perpétua e logo depois Ensaio sobre a origem das línguas. Emílio fala de um garoto que experimenta a simplicidade da vida do campo durante sua formação. Conhece a vida dura de trabalhos manuais. Rousseau julgava ser necessário uma infância solitária para que o menino conheça os deveres de ser cidadão apenas na hora certa e não se desvirtuasse na sociedade. Emílio só conhece o mestre, que busca incentivas as aptidões naturais do menino, e lhe dá uma educação sem frugalidades. Emílio só será encaminhado à sociedade na maturidade, quando conhecerá uma cidade grande.

O Contrato social foi publicado em 1762. Rousseau enfrenta opiniões contrárias e suspeita de complôs, de estar sendo perseguido. Antes que o prendam, foge. O livro causou problemas porque apontava o povo como origem legítima do governo. Quando ia saindo de sua casa, passa por quatro homens vestidos de preto, os oficiais de justiça, que iam prendê-lo. Vai para Yverdon. Pretende ir para Genebra. O parlamento de Paris condena Emílio a ser queimado e rasgado. O mesmo acontece com O contrato social. E também é decretada a prisão de Rousseau se ele aparecer em Genebra. Rousseau instala-se em Motrers. Frederico, rei da Prússia, deu-lhe dinheiro e madeira para o inverno. Rousseau abdica do título de cidadão de Genebra. Evita cerimônias públicas, pois o povo se inquieta contra ele e as autoridades fingem nada ver, não oferecendo proteção. No Contrato social, havia falado da Córsega, dizendo que esta ainda surpreenderá a Europa. Passa da teoria à prática escrevendo um Projeto para a legislação da Córsega, a pedido dos corsos. Em 1765, volta a Paris. Pretende permanecer incógnito, mas fica assim por pouco tempo. Quando tinha ido para a Suíça, recebera uma carta lisonjeira de Hume. Em Estrasbugo, recebeu outra, que respondeu. Aceita o convite de Hume para ir para a Inglaterra. No início mora numa casa de um amigo de Hume. Depois, muda-se para a casa de um vendeiro. Permanece por pouco tempo e vai para a casa de um burguês. Hume foi durante um período, protetor de Rousseau, que havia passado por tantas injúrias.

Foi então que se sucedeu o incidente que os separou e fez Rousseau ficar paranóico de uma vez. Uma carta, pretensamente de Frederico, circulara em Paris em 1765. Quando a carta foi publicada num jornal, Rousseau a leu e ficou afetado profundamente. A carta foi escrita por Horace Nalpole, que assinou Frederico. Falava da perseguição de Rousseau e oferecia abrigo da Prússia. Tratava Rousseau como se fosse louco. Rousseau soube que Horace era amigo de Hume e ficou furioso. Renuncia a pensão secreta que fora oferecida, pois não queria aceitar favores de Hume.

Hume fica indignado e alega inocência. Rousseau escreve uma carta com mais de trinta páginas, afetado por imaginação e complexo de perseguição. Encontrando Hume pessoalmente, Rousseau se arrepende. Mas a relação estava comprometida. Por cartas, despedem-se para sempre. Hume escreve a Exposição sucinta da contenda surgida entre o sr. Hume e o sr. Rousseau, em 1766. A partir de 1767, Rousseau é tomado por acesso de loucura e fica obcecado pela suspeita da maquinação de que fora vítima. Viaja muito pela Europa. Começa a escrever Confissões. Queria dar sua visão a respeito dos acontecimentos que marcaram sua vida atribulada. Volta a profissão de copista. No final de 1770 , termina Confissões. A partir de 1772 redige Diálogos. Vive uma vida reservada. Vai para Ermonville,em 1778 onde morre pouco depois.